O sol brilhava no meio do céu, tentando sempre me mostrar a hora certa. Não havia nenhum sinal de sombra pela frente. O vento que batia em meu rosto não aliviava o calor, o cansaço e a sede. Meus pés estavam sujos e eu não sabia onde realmente estava, apenas que nunca tinha estado naquele lugar. Parecia completamente deserto, nada se movia e tudo estava silencioso. A imensidão do campo verde ao meu redor era apenas cortada verticalmente por uma estrada longa de areia fina, que se perdia ao final da paisagem. Enruguei a testa e esperei por algum sinal de algo que pudesse me dizer onde estava.
Não parecia o céu, não parecia nada do que eu conhecesse.
Caminhei até a estrada e senti meus pés queimarem. Como um reflexo, pulei de volta para a grama, e joguei mil maldições àquele lugar.
Meu anel em formato de estrela não brilhava mais, o que quer dizer que eu havia perdido meus poderes. Olhei-o sem acreditar por algum tempo, depois tentei imaginar o que queria, mas nada aconteceu.
Por que não estava funcionando?
Eu sou uma estrela, tenho poderes no céu, por que não funcionavam?
A não ser que...
Olhei em volta mais uma vez, olhei o céu em cima de mim, depois percebi. Aquilo não era o céu. Eu estava na Terra! Aquele mundozinho que sempre nos olhava, constantemente. Pelos Deuses!, o que eu estava fazendo na Terra?
Imaginei estar de volta ao céu, desta vez com mais força, mas quando abri novamente os olhos ainda estava de frente para aquela estrada poeirenta.
Comecei a caminhar em direção ao nada, seguindo à borda da estrada, segura na grama, pensando em como eu poderia ter ido parar lá. Uma coisa estava clara: eu sabia que, quando uma estrela cai na Terra, ela perde os seus poderes. Mas será possível? Eram lendas! Quando foi que realmente alguma estrela caiu na Terra?
E por quê?
À medida que caminhava mais de baixo do sol escaldante, eu ia me sentindo fraca e sem propósito. Várias perguntas rodeavam minha cabeça, meus pés doíam e meu vestido ficava cada vez mais sujo.
Por que eu estava na Terra?
Meus passos eram lentos, mas determinados, mesmo após algum tempo; ainda caminhando, sem enxergar nada além da estrada que parecia não ter fim. Os campos verdes ao lado eram imensos; nada parecia querer ajudar.
Tentando lembrar a última coisa que fiz quando estava no céu, imaginando que talvez estivessem procurando por mim. Estariam! Tinha certeza que estariam logo, logo, lá para me salvar.
Agarrada a esse último fio de esperança eu sentei à beira da estrada e me pus a esperar.
Eles iriam me encontrar de um jeito ou de outro. Sei que sim.
Historia de DAY D.
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