Eu tinha sete, e você tinha nove, estávamos procurando por vaga-lumes, onde a noite era silenciosa, e onde podíamos enxergar todas as estrelas apenas tendo uma pequena visão do céu. Os grilos eram o único som, nossos passos, os únicos movimentos. Você me ajudou a passar pelos espinhos e então ficamos frente a frente com a luzinha que procurávamos. Então você me olhou, e eu vi que seus olhos brilhavam assim como as estrelas do céu. Eu vi.
Me leve de volta ao tempo em que nós apenas corríamos, sorríamos e não tínhamos preocupações demais. Me leve de volta até onde nada parecia nos derrubar, nada iria nos derrotar; tínhamos um castelo de areia, eu era a princesa, e você era o príncipe. Me leve de volta até onde tivemos nossa primeira grande briga, você não falou comigo por dias, e eu chorava todos os dias antes de dormir. Me leve de volta, eu quero consertar isso. Me leve de volta à casa da árvore, onde por tantas vezes eu tranquei você por fora. Me leve de volta ao campo verde de nossas casas, e o mundo inteiro estava ali. Pertencíamos apenas àquele lugar.
Então eu tinha dezessete, e você tinha dezenove, e de repente tanto havia mudado. Os príncipes, princesas e o castelo de areia foram trocados por livros, filmes e carros. Mas nada importava, porque você ainda estava ao meu lado, e era tudo que eu precisava. Seu sorriso me confortava até nos piores dias, e, quando eu pensava que nada podia melhorar, você me deixava dirigir seu carro por horas e horas, andando sem direção. Nós dois, a estrada e a música que por tanto tempo nos acompanhou. E naquelas noites seus olhos ainda brilhavam como as estrelas penduradas no céu.
Você prometeu um dia descobrir quem as segurava lá, você disse que traria uma para mim.
E nossos pais ainda brincavam sobre nós, crescendo e nos apaixonando, e tudo que eu fazia era baixar a cabeça, tentando esconder meu rosto escarlate. Até que em uma noite, debaixo das estrelas, você me olhou com as pequenas estrelas que fazem parte dos seus olhos, e você disse.
E eu repeti.
Nós prometemos continuar deste jeito, sempre, eu com 87 e você com 89, e eu ainda olhando para você como as estrelas que brilham no céu.
Depois de todo esse tempo, você e eu.
Historia de DAY D.
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